sexta-feira, 26 de março de 2010

Os homens esquecem que a Natureza tem razão


A cidade de Roma sofreu ao tempo do Imperador Augusto, volvidos foram já dois mil anos, a fúria do rio Tibre, as suas águas revoltas galgaram do leito, devastaram e deixaram inundadas as zonas baixas e foi mesmo a Ponte Sublícia, mandada construir por Anco Márcio, derrubada – uma tragédia.

Roma, creditada como centro do mundo, parecia não agradar aos seus deuses tutelares.

Reunido o Senado estatuiu-se que passaria a haver ordenamento na Cidade para que o leito de cheia do Tibre ficasse livre de ocupação e com as suas margens tratadas e que do canal, leito de escoamento do rio, deveriam ser removidos os obstáculos à vazão. Para tanto foi nomeado um responsável com aquelas incumbências, a depender do Pretor, o magistrado para a Cidade, tendo aquele poderes equiparados aos que tinham a cargo a manutenção das infra-estruturas de esgotos e de abastecimento público de água, respectivamente os Curator cluacarum e Curator aquarum já de longa data existentes.

Roma passou a ter desde então, por decisão do Senado, o Curator riparum aluei Tiberis, o responsável das margens e canal do Tibre.

A Madeira, pérola do Atlântico, foi destroçada num rompante pela mão da Natureza irada - uma tragédia – agora fala-se de ordenamento e leitos de cheia … infelizmente nada de novo.


Autor –António José Basto
Publicação no Jornal “o Basto”

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